quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

conversao de S.Paulo a 25/01

No Ano Jubilar Paulino, o dia 25 de Janeiro coincide com o domingo; dia em que a Igreja recorda a conversão de São Paulo. Sem São Paulo, a Igreja de Cristo estaria mais pobre. Aguerrido perseguidor dos discípulos de Jesus, Paulo dirigia-se para Damasco, quando, inesperadamente, o Senhor Ressuscitado lhe aparece e Se lhe revela. Vencido pela graça, entrega-se, incondicionalmente a Cristo, que o escolhe para Seu apóstolo e o encarrega de anunciar o Evangelho, em pé de igualdade com os Doze. Este encontro marcou profundamente a vida, o pensamento e a acção deste Apóstolo. Paulo descobriu, nesse momento, o poder extraordinário da graça, poder capaz de transformar um perseguidor em Apóstolo. Descobriu, igualmente, que Jesus Ressuscitado Se identifica com os cristãos (“Porque Me persegues?”). Mas este acontecimento foi também de importância decisiva para o desenvolvimento da Igreja. O convertido de Damasco, na verdade, será o Apóstolo que mais virá a contribuir para a expansão missionária da Igreja entre os povos pagãos.
b) Este Ano Jubilar lança-nos um desafio importante: tornar São Paulo hoje vivo. As leituras que iremos escutar ajudar-nos-ão a compreender como devemos aplicar a cada um de nós a memória da conversão de São Paulo.
a) A primeira leitura (Act 22,3-16) é a narração do encontro entre Saulo e Cristo Ressuscitado no caminho de Damasco. Saulo é um hebreu convicto, que persegue os cristãos, considerando-os heréticos, uma seita contrária à verdadeira fé. Depois do diálogo com Cristo Ressuscitado, nasce Paulo, um homem novo que irá dedicar o resto da sua vida a Cristo: “Para mim viver é Cristo”, numa progressiva identificação, até ao ponto de dizer: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. Como baptizados, também para todos nós, Cristo é o sentido da nossa existência; contudo, devemos, reconhecer que, talvez, não temos a total disponibilidade de Paulo.
b) Para ser São Paulo vivo hoje, todos nós, devemos colocar uma pergunta: “Quem e qual é o centro, o motor, o interesse essencial da minha vida?” Aqueles que vivem em família ou em comunidade encontram nela o ambiente e a maneira de viverem a sua fé. Não se pode viver, nem em família nem em comunidade, sem amar e sentir-se amado. Se cada um de nós se der totalmente na vida familiar ou na vida comunitária, seremos também humanamente felizes. Toda a divisão dos interesses fundamentais, leva à crise de identidade e prepara a infidelidade à palavra de compromisso que demos no matrimónio ou na profissão religiosa.
c) O Evangelho (Mc 16,15-18) recorda-nos que todo o baptizado não recebeu a fé como um dom egoísta e para si mesmo: a fe é missionária, até com o empenho quotidiano de dar bom exemplo da fidelidade aos compromissos que assumimos.
d) “O que é o homem, quão grande é a dignidade da nossa natureza e de quanta virtude é capaz a criatura humana, Paulo o mostrou mais do que qualquer outro. Cada dia subia mais alto e aparecia mais ardente, cada dia lutava com energia sempre nova contra os perigos que lhe surgiam pela frente, de acordo com o que ele próprio afirmava: Esqueço-me do que já passou e avanço para as coisas que estão à minha frente… Avançava ao encontro da humilhação e das ofensas que tinha de suportar por causa da pregação, com mais entusiasmo do que o que pomos nós em alcançar o prazer das honras; punha mais empenho na morte do que nós na vida; ansiava mais pela pobreza do que nós pelas riquezas; e desejava sempre mais o trabalho sem descanso do que nós o descanso depois do trabalho. Uma única coisa o assustava e lhe metia medo: ofender a Deus… Só se alegrava no amor de Cristo, que era para ele o maior de todos os bens; com isto considerava-se o mais feliz de todos os homens; sem isto para nada lhe servia a amizade dos senhores e dos poderosos. Preferia ser o último com este amor, isto é, ser do número dos réprobos, do que encontrar-se no meio dos homens famosos pela consideração e pela honra, mas privado do amor de Cristo”. (Homilia de S. João Crisóstomo, bispo; Hom. 2 sobre os louvores de S. Paulo; Sec. IV).

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