terça-feira, 22 de julho de 2008

Crónica de um dia por terras do Caramulo


A concentração estava arcada para as 7.00h da manhã de sábado, dia 19, junto à igreja paroquial. Com um atraso de 20 minutos, mais coisa menos coisa, lá rumámos, os nove madrugadores (Ana Teresa, Sara, Ana Isabel, M.ª Inês, Carlos André, André, João Pedro, João Luís, e eu!), à serra do caramulo…
A caminhada começou pelas 9.00h, concluída que havia sido a oração da manhã e já com a presença do P.e Abel. Subidas, descidas, escorregadelas, chocolate com água, ataques de moscas, quioglossas (as salamandras de estimação da Ana Teresa!), espirros, alergias, enjoos e telemóveis desligados…. Chegámos ao ponto de partida duas horas e meia depois, lavados em suor, debutados de pó, mais ou menos vermelhuscos, com a barriga a dizer que queria aconchego e as pernas descanso…
Depois da pesquisa "casa de banho, procura-se" e enquanto uns dormiam sobre bancos de madeira e outros jogavam à "guerra", lá chegou a hora de partilhar o farnel.
Mais recompostos, carregámos baterias no café do lugar ("Castelões", penso eu de que) e rumámos ao jardim do Caramulo onde esperámos pelo 11º elemento, o amigo Tó Pacheco. Comparados e fotografados diferentes tamanhos de pés (sim, que há comparações que devem ficar nos anais históricos do grupo!), lá nos sentámos os onze numa das escadarias do jardim, para o balanço do ano no grupo.
Porque não queríamos que mais uma fantochada fosse (parafraseando o nosso amigo Daniel e com alguma razão, convenhamos), centrámos a nossa avaliação, não no "grupo", isto é, nos outros, mas sim em cada um per si: o que fui, como estive, que tipo de "solo" sou eu para a Semente que é a Palavra de Deus…
Foram momentos de reflexão que, pessoalmente, classifico de muito importantes. É certo que há (continua a haver!) problemas de comunicação entre todos nós… mas o que é que cada um fez ou pode fazer, para os ultrapassar? É certo que é mais fácil desistir, virar costas, abandonar, sem dar uma explicação, sem dizer o porquê de determinada opção… mas não será essa também a solução mais cómoda? E se abandonarmos, quem "lucra" com tal atitude? O grupo? Aquele que a tomou? A Comunidade?... Que "raio" de cristãos seremos nós se não formos capazes de ser verdadeiras testemunhas de Cristo? Será que a nossa fé é realmente forte e esclarecida? Qual o valor que a Comunidade tem na nossa vida? Será que não continuamos a ver a nossa participação na comunidade como moeda de troca de "favores" que devemos a Deus? (tipo: "eu vou se Tu me fizeres…"ou: "eu dou se Tu me ajudares…" ou: "não vou hoje porque… mas recompenso-Te fazendo…." ou: "não me apetece ir. É melhor dizer que…"). Que tipo de solo é o nosso coração para a Palavra de Deus? (lembram-se do evangelho do domingo passado, o de dia 13?) Que atitudes assumimos nós?... Foram estas algumas das interrogações que foram lançadas e reflectidas. Foi um momento de crescimento do grupo, de união, não só porque se viveu partilha entre os presentes, mas também pela procura de soluções para buscar a verdadeira comunhão entre todos.
No final, ficaram algumas propostas (que não vou adiantar agora, sem que as apresente primeiro à Ana Lúcia, logicamente!) e foi entregue a cada um, um pequeno saquinho com sementes e a pergunta; "E eu: de que solo sou formado?".
Do jardim, seguimos ao Museu (excelente! Tinha peças muito interessantes, que nos fizeram recuar no tempo e aumentaram verdadeiramente o nosso conhecimento) e depois de confortado o estômago com o lanche, dirigimo-nos ao "Caramulinho".
Subimos ao ciminho e descobrimos um lugarzinho, mais ou menos abrigado do vento, onde celebrámos a eucaristia. Acho que foi o "momento alto" do dia… Éramos onze, com Cristo no meio de nós e o grupo no pensamento. Não sei se algum dos que teve o privilégio de viver o instante o esquecerá um dia.
Não apetecia sair dali, mas a hora ia avançada e era preciso regressar a casa… Lembrámos ainda aquela "velha" sensação: "Como é bom estarmos aqui, Senhor! Vamos levantar uma tenda…" …. Mas não nos podemos quedar no monte ou em contemplação: é preciso regressar ao vale, à vida, às tribulações de cada dia que passa.
Com o geladito que refrescou e as fotos que registaram o momento que fica para a posteridade (eu reencaminho quando as tiver!), regressámos a casa, cansados fisicamente, mas ricos por dentro, mais unidos, com mais vontade de construir comunidade e tentar semear da "boa semente", assim Deus nos ajude.
Ao P.e Abel e ao João Luís, o reconhecido agradecimento pelo dia que nos proporcionaram. A todos os que participaram, fica a responsabilidade acrescida de fazer germinar na comunidade a Semente que recebemos.
Que Deus vos abençoe.

Fernanda Cunha

1 comentário:

JMV Fornos de Algodres disse...

foi sem duvida um dia inesquecivel, todos nós que participamos demos o dia por mto bem empregue ,o grupo saiu mto mais unido e ninguem deu pelo tempo passar pois passou muito rapido, é uma actividade a repetir e ao qual deviam todos participar.
antonio pacheco