domingo, 19 de julho de 2009

XVI Domingo Comum


«Começou então a ensinar-lhes muitas coisas»

«Diz-me, ó amado do meu coração, diz a Esposa do Cântico dos Cânticos, onde apascentas o teu rebanho, onde o fazes repousar ao meio-dia» (1, 7). Penso que, no salmo vinte e dois, o profeta, colocado sob a guarda do mesmo pastor, fala igualmente do local de que falava a Esposa, quando diz: «O Senhor é meu pastor; nada me faltará» (v.1). Ele sabia que os outros pastores, sob o efeito da preguiça ou da inexperiência, apascentavam os seus rebanhos em locais mais áridos. É por isso que diz do Senhor, o pastor perfeito: «Em prados verdejantes Ele me faz repousar. Conduz-me às águas refrescantes» (v.2). Ele mostra assim que este pastor dá às Suas ovelhas águas, não apenas abundantes, mas também sãs e puras, que as dessedentam perfeitamente. [...]
Esta primeira formação, dada pelo pastor, é a dos inícios; a continuação diz respeito aos progressos e à perfeição. Acabámos de falar de pastagens e de verdura. É melhor ver isto nos Evangelhos. Aí descobri este bom pastor a falar das pastagens das ovelhas; Ele diz que é o pastor mas também a porta: «Se alguém entrar por Mim, salvar-se-á; entrará e sairá e achará pastagens» (Jo 10, 9). É por conseguinte Ele que a Esposa questiona. [...] Ela chama «meio-dia» aos lugares secretos do coração onde a alma obtém do Verbo de Deus uma luz mais brilhante de ciência. É, com efeito, a hora em que o sol atinge o ponto mais alto do seu percurso. Portanto, se Cristo, «Sol de justiça» (Mal 3,20), manifesta à Sua Igreja os sublimes segredos das Suas virtudes, mostra-lhe pastagens agradáveis e locais onde repousar ao meio-dia.
Porque quando ela ainda está no início da sua instrução e apenas recebe d'Ele os primeiros inícios do conhecimento, o profeta diz: «Deus socorrê-la-á de manhã, ao nascer do dia» (Sl 45, 6). Mas, porque procura agora bens mais perfeitos e deseja realidades superiores, ela pede a luz do conhecimento ao seu meio-dia.
in evangelho quotidiano

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