terça-feira, 18 de agosto de 2009

XX Domingo Comum

O sacrifício celeste instituído por Cristo é verdadeiramente a herança legada pelo Seu novo testamento; Ele deixou-no-la na noite em que ia ser entregue para ser crucificado, como garante da Sua presença. Ele é o viático da nossa viagem, o nosso alimento no caminho da vida, até chegarmos à outra Vida, ao deixar este mundo. Era por isso que o Senhor dizia: «Se não comerdes a Minha carne e não beberdes o Meu sangue, não tereis a vida em vós».
Ele quis que os Seus benefícios permanecessem entre nós; quis que as almas resgatadas pelo Seu sangue precioso fossem sempre santificadas à imagem da Sua própria Paixão. Foi por essa razão que ordenou aos Seus discípulos fiéis, que estabeleceu como primeiros sacerdotes da Sua Igreja, que celebrassem estes mistérios de vida eterna. [...] Com efeito, a multidão dos fiéis devia ter todos os dias diante dos seus olhos a representação da Paixão de Cristo; ao segurá-la nas nossas mãos, ao recebê-la na boca e no coração, ficaremos com uma recordação indelével da nossa redenção.
É preciso que o pão seja feito com a farinha de numerosos grãos de fermento, misturada com água, e receba do fogo o seu acabamento. Encontra-se aí, portanto, uma imagem semelhante ao corpo de Cristo, pois sabemos que Ele forma um só corpo com a multidão dos homens, que recebeu o seu acabamento do fogo do Espírito Santo. [...] Do mesmo modo, o vinho do Seu sangue é extraído de diversos cachos de uvas, isto é, de uvas da vinha plantada por Ele, esmagadas sob o peso da cruz; vertido no coração dos fiéis, aí se agita pelo seu próprio poder.
É este o sacrifício da Páscoa, que traz a salvação a todos os que foram libertados da escravatura do Egipto e do Faraó, isto é, do demónio. Recebei-o em união connosco, com toda a avidez de um coração religioso.
in evangelho quotidiano

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